O básico sobre Nano — e porque é uma criptomoeda tão empolgante
Seja bem vindo(a)
É provável que você escutou um amigo comentando sobre criptomoedas e ficou curioso. Ou viu alguma postagem nas redes sociais que chamou sua atenção, mas você conhece pouco ou nada sobre o assunto.
Talvez tenha descoberto um ativo desvalorizado, comprou na hora certa, conseguiu lucrar um pouco e decidiu estudar mais sobre este universo.
Ou o contrário (e eu sinto muito)… Comprou algo na hora errada seguindo a narrativa de altos ganhos, obteve prejuízo e decidiu se aprofundar mais para evitar cometer o mesmo erro.
Ainda pode ser que você já seja um veterano de outras moedas (como o Bitcoin, por exemplo), mas está buscando entender mais sobre outros projetos que propõe soluções diferentes para os problemas existentes. Ou até mesmo um membro da comunidade da Nano explorando novos materiais.
O importante é que você chegou até aqui buscando algum tipo de conhecimento por algum motivo específico que pode ser esses que eu citei, ou algo completamente único e especial para sua própria realidade.
Neste artigo explico rapidamente sobre a origem das criptomoedas, o poder inovador da Nano e o que a torna diferente das demais, tão atrativa e empolgante.
Meu objetivo não é te fazer comprar Nano.
É oferecer conhecimento e uma nova experiência.
O que você fará com isso depois, cabe somente a você.
Experimente
Antes de mais nada, para entender melhor meu entusiasmo com a Nano, tudo o que você precisa fazer é experimentar — de forma totalmente gratuita.
- Baixe Natrium.io no seu smartphone. (Android aqui, iOS aqui);*
- Visite um faucet (NanoDrop.io, freenanofaucet.com) mantido pela comunidade de forma voluntária;
- Copie seu endereço público (começa com nano_…) ao clicar em Receber e cole no campo indicado do Faucet escolhido.
*você vai precisar configurar sua carteira na primeira vez que estiver utilizando o app. Caso tenha alguma dúvida, pode conferir meu artigo mais detalhado explicando passo-a-passo como criar sua carteira Nano.
Para ter uma experiência ainda mais completa, recomendo também provar outras carteiras não-custodiais de código aberto, como é o caso da nault.cc – uma iniciativa voluntária por parte da comunidade. E realizar pequenos envios de uma carteira (Natrium, por exemplo) para a outra (Nault, por exemplo). Se você já testou qualquer outro meio de pagamento existente (seja criptomoeda ou moeda fiduciária), verá o quão incrível é enviar e receber valores monetários quase que instantaneamente e sem taxas.
Caso sua referência seja o PIX (Brasil), lembre-se que a mesma experiência na Nano pode ser replicada para qualquer país do mundo sem a necessidade da pessoa ter uma conta bancária cadastrada e aprovada pelo BACEN.
Olha este vídeo demonstrando isso mesmo que acabei de dizer:
Incrível, certo? Eu fico emocionado todas as vezes que assisto.
Uma rápida história sobre as criptomoedas
Bitcoin, Ethereum, Cardano, Solana, Dogecoin, Litecoin, Binance Coin, USDT, XRP, Polkadot… São tantos nomes para se lembrar, mas a origem é uma só.
As criptomoedas surgiram após a invenção da Blockchain e do Bitcoin por Satoshi Nakamoto. Esta invenção solucionou o problema da escassez digital, criando um sistema monetário eletrônico, que não pode ser copiado, cujas regras não podem ser violadas e a informação não pode ser apagada ou manipulada por órgãos centrais. Nenhuma instituição (grupo ou indivíduo) pode exercer controle sobre o Bitcoin.
A blockchain é basicamente um livro contábil digital, onde informações são registradas em blocos que se tornam imutáveis após uma série de confirmações na rede.
Isso permitiu com que indivíduos pudessem transferir valores monetários reais de forma segura, descentralizada e peer-to-peer (ponto-a-ponto) — sem intermediários como bancos, bancos centrais, empresas, etc.
Qualquer pessoa com uma conexão de internet pode participar.
No seu surgimento, em 2008 e nos anos seguintes, a demanda para algo do tipo se provou muito forte, com bolhas financeiras explodindo e má administração de recursos públicos (intencionais ou não) levando milhões à pobreza no mundo todo.
O surgimento do Bitcoin foi algo inovador, mas mais importante: Revolucionário e Disruptivo.
Apesar de sua grande importância e de todas suas qualidades, o Bitcoin vem com seus próprios problemas. Principalmente relacionados à escalabilidade e à mineração. Neste artigo eu explico um pouco parte desses problemas.
Não entrarei em detalhes e investigações mais profundas sobre os problemas do Bitcoin, mas talvez o maior deles seja a existência de taxas elevadas para realizar transações dentro da rede.
No dia 21 de abril de 2021, por exemplo, essas taxas alcançaram o valor médio de U$62.78* por transação.
*segundo a página TransactionFees do twitter, que usa como fonte: Bitinfocharts.
A existência dessas fees acaba inviabilizando o uso como moeda corrente do dia-a-dia para micros e pequenas transações (deixando transações médias e grandes muito caras se comparadas com outras alternativas em momentos de alto congestionamento da rede) e algumas vezes fazendo com que usuários leigos perdessem muito dinheiro ou ficassem com valores congelados para evitar os pagamentos superfaturados.
Então mesmo sendo uma excelente ideia, o Bitcoin falha parcialmente em seu propósito original de ser “A peer-to-peer eletronic cash system”.
Em momentos de tráfego normal, as taxas não são assim tão altas. É possível transacionar pagando apenas alguns centavos de dólar — desde que você não tenha pressa. Mas e se eu dissesse que você pode fazer a mesma coisa sem pagar nenhuma taxa?
Surge Nano
Nano foi idealizada por Colin LeMahieu, seu primeiro desenvolvedor, buscando trazer uma solução tecnológica inovadora para esses problemas.
Eu escrevi um guia em série que traz mais informações sobre a Nano.
Você pode começar aqui pela Introdução se quiser se aprofundar.
De forma mais resumida, Nano é um protocolo e uma rede descentralizada desenhada de forma que cada conta possui sua própria Blockchain. Diferente de outras criptomoedas que são registradas em uma única cadeia de blocos, essa característica assíncrona é o que permite uma maior escalabilidade sem abrir mão da segurança e descentralização, como estudado pelo Trilema da Blockchain.
Enquanto as transações são realizadas nessa Block-lattice, os nodes da rede registram cada bloco em suas próprias ledgers e se comunicam entre si, validando as transações através do sistema de ORV (Open Representative Voting). Todos os blocos são validados a partir do bloco anterior, que obrigatoriamente deve levar até a conta gênesis através do — também inovador — método de distribuição inicial por faucets, que eu acho genial.
A distribuição inicial da Nano é outro fator que a diferencia das demais criptomoedas no mercado, tendo 95% das suas unidades distribuídas para qualquer pessoa com uma conexão à internet que estava disposta a trocar seu tempo resolvendo captchas, por Nanos (na época chamada Raiblocks).
Faça apenas uma coisa e faça bem feito
Buscando atrair a atenção do mercado, muitas criptos implementam diversas funcionalidades diferentes. Querem fazer de tudo um pouco, mas nem sempre fazem da melhor maneira.
Muitas focam seus esforços em marketing e relacionamento com investidores, mas nem tanto em desenvolvimento.
Uma das principais críticas que vejo sobre a Nano por parte de outros players no mercado é da “falta de marketing e comunicação por parte da Nano Foundation”. Eu, pessoalmente, acho ótimo que os esforços dos desenvolvedores estejam em desenvolver um bom produto e não em tentar vender este produto para o mercado especulativo.
Até porque a Nano Foundation é apenas uma instituição sem fins lucrativos que trabalha para desenvolver o código e promover adoção dessa criptomoeda (apesar de ser a maior e mais importante até o momento).
George Coxon (diretora da Nano Foundation) já disse diversas vezes que o objetivo da NF não é “pumpar” o preço da Nano e nos deixar ricos. Seu objetivo é simplesmente criar um dinheiro digital de verdade e sem fronteiras para o mundo em que vivemos.
E é isso o que a Nano é.
Dinheiro digital para o mundo moderno, sem taxas, com transações irreversíveis em menos de 1 segundo, auto-soberano (self-sovereign), descentralizado, seguro, sem fronteiras, auditável e sustentável ao meio-ambiente.
Nano não pretende ter smart contracts, nem NFTs, nem dApps, nem DEFI, nem nenhuma destas outras funcionalidades. Já existem ótimos projetos tentando solucionar cada um desses problemas.
Nano pretende solucionar apenas um problema. O problema do dinheiro.
E já vem fazendo isso muito bem em uma rede viva, em constante crescimento, mantida por uma comunidade ativa, receptiva e alinhada com os mesmos princípios.
Uma comunidade focada em promover adoção e usabilidade.
Que possui traders e especuladores do mercado financeiro, mas que não se limita a isso. E nem foca suas discussões sobre isso.
O foco é sempre em resolver o problema de forma honesta, transparente, acolhedora e lógica.
Mais do que apenas “feeless”
A característica mais divulgada da Nano talvez seja sua ausência de taxas. Que também gera muitas críticas infundadas sobre os incentivos para que os nodes mantenham a rede funcionando.
Eu já falei sobre isso em outros artigos, mas de forma resumida: nem todo incentivo precisa ser diretamente monetário, através do pagamento de taxas ou recompensas de blocos.
Qualquer exchange ou grande negócio que realize uma quantidade significativa de transações diariamente pode economizar literalmente centenas de dólares ao utilizar a rede da nano ao invés de qualquer outra. Essa economia justificaria, por exemplo, que estas instituições rodem seus próprios nodes — para não depender de terceiros, por algo em torno de U$20-U$100 mensais, dependendo da necessidade e estejam incentivadas a manter a rede funcionando e segura.
A rede é seu próprio incentivo.
Mas isso nem é tudo.
Além de ser um ótimo meio de transferência de valores monetários, nano tem características excelentes como Reserva de Valor ao possuir um supply fixo e já totalmente distribuído (verdadeiramente não-inflacionária), diferente da maioria dos outros projetos que ainda possuem algum nível de inflação — como o Bitcoin, por exemplo, tendo novas unidades emitidas por ainda mais de 100 anos. Se te interessa saber mais sobre as características que fazem da Nano uma ótima reserva de valor, recomendo a leitura deste artigo.
Como fazer parte dessa revolução
Eu primeiro recomendo que você possa se aprofundar mais sobre tudo o que envolve a Nano e tire dúvidas com membros da comunidade.
nano.org
docs.nano
chat.nano.org / r/nanocurrencyNano Brasil (facebook)
Nano Brasil (telegram)Eu também estou no twitter falando bastante sobre o projeto e respondendo perguntas: @vinibarbosabr.
Neste meio tempo você pode começar a aceitar e usar Nano no seu dia-a-dia.
Presta algum serviço ou vende algum produto? Ofereça receber em Nano.
Vai consumir algum serviço ou produto? Fale sobre Nano e ofereça pagar dessa forma.
O aplicativo WeNano para smartphone é um ótimo lugar para conseguir algumas frações gratuitas (doadas pela comunidade) e encontrar ou divulgar negócios que aceitam nano.
O ecossistema já é bem rico e produtivo.
Quanto mais você se envolver, mais descobrirá tudo o que está acontecendo e porque nós somos tão empolgados e entusiasmados com essa moedinha que muitas vezes parece boa demais para ser verdade.
Por último, mas não menos importante, a nano não é perfeita.
Possui falhas e problemas dignos de críticas, é verdade.
Mas a maioria das críticas são decorrentes de equívocos ou falta de informação, então uma ótima maneira de nos ajudar a crescer é simplesmente conversando com as pessoas ao seu redor!
Seja bem vindo(a)!
Esse artigo é baseado no The basics of Nano — why it’s such an exciting crypto de Senatus.
Eu atualmente sou voluntário na Nano Foundation como Community Manager no Brasil e um entusiasta como qualquer outro.